Introdução
Os sistemas hidráulicos estão presentes em diversas aplicações industriais, desde os equipamentos de construção observados nas rodovias até os mecanismos de direção em nossos veículos. Esses sistemas funcionam com base no princípio fundamental de que o líquido não pode ser comprimido, e que sua força pode ser aproveitada para realizar trabalho. O fluido utilizado para transmitir essa força costuma ser o óleo. Contudo, surge uma questão: sendo a água muito mais abundante e de custo consideravelmente mais baixo, por que não é ela empregada nos sistemas hidráulicos? Este artigo analisará as razões dessa escolha e examinará em quais situações, se houver, a água poderia ser utilizada como meio hidráulico.



Compreendendo o Meio Hidráulico
Em um sistema hidráulico, o fluido hidráulico (ou meio) tem um papel fundamental. Ele é o “sangue” do sistema, responsável por transmitir a pressão de um ponto a outro, permitindo o movimento. Para que o sistema funcione de maneira eficiente, o fluido deve possuir características específicas: precisa ser incompressível, apresentar boas propriedades de lubrificação, ter um ponto de ebulição elevado, um ponto de congelamento baixo e não ser propenso à corrosão.
Os fluidos hidráulicos mais comuns são à base de óleo mineral, embora existam outras opções, como fluidos sintéticos, à base de água e ecológicos. A escolha do fluido depende das necessidades específicas de cada aplicação, já que cada tipo oferece vantagens e desvantagens próprias.
Por que a Água Não é Usada em Sistemas Hidráulicos
Embora a água pareça uma escolha viável e econômica para ser usada como meio hidráulico, diversas características tornam-na inadequada para essa função:
- Corrosão e Oxidação: A água é um solvente universal e, com o tempo, pode causar a oxidação e a corrosão dos metais. Como a maioria dos sistemas hidráulicos é construída em metal, o uso de água como fluido aceleraria o desgaste dos componentes, resultando em um aumento das necessidades de manutenção e uma redução na vida útil do sistema.
- Pontos de Congelamento e Ebulição: A água congela a 0°C e entra em ebulição a 100°C ao nível do mar. Essa faixa de temperatura relativamente restrita é um problema para sistemas hidráulicos que precisam operar em diferentes condições climáticas, pois a água pode congelar ou evaporar, comprometendo o funcionamento do sistema.
- Falta de Lubrificação: Uma das funções fundamentais de um fluido hidráulico é lubrificar o sistema, diminuindo o atrito entre as partes móveis. A água possui propriedades de lubrificação significativamente inferiores às do óleo, o que acentua o desgaste dos componentes do sistema e compromete a eficiência.

A Água Pode Ser Usada Como Meio em Sistemas Hidráulicos?
Embora os desafios mencionados anteriormente sejam consideráveis, existem situações em que a água é empregada em sistemas hidráulicos, embora com modificações significativas.
Fluidos hidráulicos à base de água, como misturas de água e glicol, são utilizados em aplicações nas quais a resistência ao fogo é um fator crítico. Esses fluidos diminuem o risco de incêndios, mas apresentam suas próprias limitações. Embora reduzam a possibilidade de fogo, eles ainda podem causar corrosão, possuem menor capacidade de lubrificação quando comparados ao óleo e exigem um controle rigoroso para evitar o crescimento microbiano.
Em determinados processos industriais, onde o ambiente de trabalho é altamente controlado, como em algumas linhas de produção, é possível o uso de água pura. Contudo, essas aplicações são a exceção, devido às inúmeras dificuldades e limitações associadas ao uso de água em sistemas hidráulicos.
Por que o Óleo é Usado em Sistemas Hidráulicos e Não a Água?
O óleo é a opção mais recorrente para fluido hidráulico, devido a suas inúmeras propriedades vantajosas:
- Alta Capacidade de Lubrificação: O óleo possui excelentes propriedades de lubrificação, o que reduz o atrito entre as partes móveis do sistema hidráulico, resultando em menor desgaste e maior durabilidade do sistema.
- Estabilidade em Variações de Temperatura: O óleo apresenta uma faixa de temperatura entre seus pontos de congelamento e ebulição significativamente mais ampla, tornando-o mais estável em uma gama variada de temperaturas operacionais. Ele permanece eficaz em climas frios, onde a água se congelaria, e resiste a temperaturas mais altas sem se vaporizar.
- Resistência à Corrosão: Diferentemente da água, o óleo não provoca corrosão ou ferrugem nos componentes metálicos, o que reduz consideravelmente as necessidades de manutenção e prolonga a vida útil do sistema.
Apesar do custo mais elevado e do impacto ambiental superior ao da água, as propriedades superiores do óleo tornam-no o fluido preferido na grande maioria dos sistemas hidráulicos.ct compared to water, oil’s superior properties make it the medium of choice in most hydraulic systems.

Sistemas Hidráulicos Utilizam Água ou Ar?
Embora o óleo seja tipicamente o fluido preferido em sistemas hidráulicos devido às suas diversas propriedades vantajosas, ele não é a única opção disponível. Em determinados casos, sistemas hidráulicos podem empregar fluidos à base de água, conforme discutido anteriormente. Além disso, existem os sistemas pneumáticos, que operam com princípios semelhantes, mas utilizam ar ou gás em vez de líquidos.
Os sistemas pneumáticos apresentam um conjunto próprio de vantagens e desvantagens. De maneira geral, são mais simples e possuem um custo de instalação e manutenção inferior ao dos sistemas hidráulicos, mas são menos precisos, menos potentes e menos eficientes devido à compressibilidade do gás. Assim, a escolha entre sistemas hidráulicos e pneumáticos depende das necessidades específicas de cada aplicação.
Conclusão
Em síntese, embora a água possa ser usada, em termos técnicos, em cenários específicos de sistemas hidráulicos, ela não é a escolha preferencial devido às suas propriedades corrosivas, à sua faixa limitada de temperaturas operacionais e à falta de lubrificação. O óleo, por outro lado, é amplamente escolhido devido às suas excelentes propriedades de lubrificação, estabilidade frente a variações de temperatura e resistência à corrosão.